quarta-feira, 1 de junho de 2016

Tropecei em um 'Homem holograma' - Diálogo interno e Ghosting (Fragmento)

Quero começar dizendo: design bom pra que se vamo tudo morre, meu ermão!? Gosto de gente que pega as referências. Por mais que essas sejam múltiplas numa única frase, que encapsula diferentes significados e que seja a abertura de um diálogo, que não irá partir disso. Não, não irá. Na verdade estou escrevendo isso por estar insatisfeito comigo mesmo... E preciso falar mal das pessoas e das coisas. Preciso ser anônimo, ainda que esse anonimato seja mais radiante do que toda minha vida.

Você pode viajar um pouco entre links e badernas, sons instigantes e aparelhos barulhentos, para procurar inflar-se no espetáculo de seu café da manhã e liquefazer-se num #Instaspook. Há como eu começar a dizer tudo que preciso e não parecer a porra de um vampiro da Anne Rice? Okay, legal: tem muito cara gay chamado Lucas. Eu, sozinho, conheço incontáveis. Um deles era um holograma e não - Continuo repetindo meus constantes 'não' - Isso não é ficção, ele era mesmo.

Ideologias e condições serão sempre confusas na impertinencia de se apaixonar por alguém que escuta Caetano e toma pinga. Como alguém poderia fazer 'tomar pinga' algo tão atraente? Somente em nossas aspirações cagadas de junkie lifestyle - Nessa de ser uma putinha grunge, já me fodi bagarai e assim vou, como se eu fosse um Jack Kerouac Br. Bastou uma única nude tour para o amor florescer.

Uma semana depois eu já havia revelado qual era meu conto favorito do Caio Fernando Abreu - Na realidade, o único conto que conheço dele (faço letras, mas não sou obrigado à conhecer todo papel rabiscado em solo nacional) - E o mês de dezembro só melhorava ao passo em que planejávamos viver juntos em um apartamento em campinas, ter uma samambaia na janela e aprender à tocar violão... Eu sei, eu sei. Nesse momento à leitura está ridícula e os níveis de pieguice alcançaram níveis patológicos e nem uma dose de surra resolveria. Quem nunca? 

Mas é necessário ter calma, pois isso acabou. O Ghosting vem assim: a troca de mensagens deixa de ser frequente e aquele amor passa à não ser correspondido nem em forma de constantes sms ou áudio. O ghosting foi considerado por um dicionário britânico - Não sei qual - A 'palavra' de 2015 e eu me sinto muito satisfeito por ter engrandecido mais ainda o significado dessa palavra. Se veio de mim, a distancia, ou dele... Não sei. Mas algo parou de existir ali.

Ah, sim, claro! O holograma. Lucas era um holograma.

Em sua conta no instagram, algum tempo depois, postou uma foto com violão. Até que senti certo encantamento, principalmente quando acompanhei uma interessante conversa nos comentários da foto, que se seguiam em trechos de diálogo como: "Jura, né?" ou então "Jogar na roda..." e quase como em uma oração o "... não sabe tocar violão...". Frustrante para ele? Maybe. Para minha pessoa foi impactante, mas acompanhei aquilo com entusiasmo de um doutor em análise. Ponto 1: ele sabia mentir. Ponto 2: para manter sua imagem.

E as musicas das quais conversamos em recíproco sentimento, continuavam a surgir em sua timeline, porém para outros. Em constantes e quase ritmadas situações, como um holograma - Duvidei aí, de sua existência nesse plano e procurei concluir o significado disso em minha vida, como sempre faço geralmente. E concluí que as novas tecnologias são um porre (sou bom para desenvolver, péssimo para concluir).


Obs: The bitch is back!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Reborn

Nem tudo que digo é para você, nem tudo que me apetece é parte de alguém. Tudo faz vontade a alguém, num ritual de renascimento, quando desço as escadas e esvazio minha mente procurando melhores respostas para minhas frustrações, além daquela nova silenciosa sobriedade, cheirando palavras ruins, resistindo a elas. Enquanto sussurros me batem pelo excesso de vírgulas, dou conta de que devo sair de casa, de que procrastino para passar mais um tempo na gostosa dor do fracasso, sem me importar se isso é piegas ou se a própria constatação disso não dá no couro, leio o tatuado, belisco meus joelhos até sangrarem e chamo isso de sabor, pois mais ninguém entende ou digere. Sou um hieróglifo, vocês não sabem!